segunda-feira, 7 de março de 2016

Moro El Justiçeiro




Quando criança, imagino, em Maringá, Serginho, deveria ser fã de um velho seriado que passava no canal de Sílvio Santos, com o ator que fazia o pai da Família Robinson, de Perdidos no Espaço, dao robõ que dizia o bordão "Perigo! Perigo!"; no caso, uma série anterior, onde interpretava don Diego de la Vega, onde este se passava por um nobre fidalgo, de boa família, mas um tanto tímido, mas um completo bundão, no entanto, com uma capa e um chapéu e uma máscara preta que lhe cobria o rosto se transformava no temível zorro. 

O menino Sérgio, estudou com freiras, carmelitas, bom garoto, se formou em direito, deveria se sentir como Dom Diego de la Vega, então estudou bastante e se tornou com méritos um conceituado Juíz Federal, em Curitiba, no Paraná;  agora só faltava virar o zorro, assim quando assumiu a Operação Lava-Jato, o seu lado Dom Diego deve ter lhe soprado:agora é a oportunidade para me tornar o zorro. 

Mas o seu ego, chamado Sancho Pança, falou mais alto, disse para Dom Diego que para se tornar o almejado mascarado Zorro teria que ser como Dom Quixote de Cervantes, portanto, o Sargento Garcia, o "temível" e gordo inimigo a ser batido, que faria dele um zorro, um herói que tanto sonhava desde os tempos de criança, viria a see o ex-presidente LULA, então vamos atacá-lo. 

A ideia em sua delirante imaginação lhe parecia bastante plausível e seu plano de fácil resolução. Assim, Moro se tornou El Justiçeiro; mas em seu devaneio, sua inexperiência, sua feroz ambição e deslumbramento juvenil, viajando na sua fantasia de grandeza, de reconhecimento, público, como o paladino da justiça, por isso, alguns questionam a juventude de alguns juízes que se empolgam, com tamanha responsabilidade, exigida pelo cargo, com a possibilidade de se tornarem justiçeiros como o zorro e acabam lutando contra moinhos de vento como Moro acabou fazendo.

No entanto, o papel que lhe sobrou, após o episódio, em sua tragicomédia pessoal, objeto de piada, ou uma orquestração diabólica, com traços que lembram os nazistas, tão pouco foi o de justiçeiro, nem o do tímido e pacato Don Diego, tão pouco do romântico e louco dom Quixote, mas o de bobo da corte.       

Sim, porque apesar da autoridade de sua toga, usando-a como se fosse a capa do próprio Batman, para enganar os incautos e passar medo na mulher do Cunha, além de entreter o grande público proporcionado pelo PIG, liderados pela Globo, Veja e Folha entre outros de menor audiência; que lhe ofereceram os holofotes da fama, prêmios e capas de revista, diga se de passagem, sem credibilidade alguma, Moro não se destacou como jurista, mas usou de uma ilegalidade; abusou da arbitrariedade e teve seus 15 minutos de fama.

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